Grande Aparelho Helicoidal (LHD): nesse reator japonês, o formato espiral facilita a fusão
Parece ficção científica.
Num futuro não muito distante, reatores capazes de recriar o Sol vão fornecer eletricidade para o seu notebook, sua TV e as lâmpadas da sua casa. Essas máquinas serão capazes de unir átomos de hidrogênio e transformá-los em hélio, como fazem as estrelas. Por esse processo – a fusão nuclear -, libera-se uma enorme quantidade de calor, que servirá para produzir eletricidade. E há uma vantagem importante em comparação com outras fontes de energia: não poluir o meio ambiente nem deixar resíduos radioativos que duram centenas de anos. As pesquisas nesse campo têm avançado rapidamente, atraindo investimentos de países como Estados Unidos, Índia, Japão e Brasil.
Desenvolver esses complicados aparelhos pode ajudar a suportar a alta demanda por energia no futuro, sem ampliar as emissões de carbono e, consequentemente, o aquecimento global. Um relatório divulgado no asso passado pela Agência Internacional de Energia (IEA) estima que o consumo de eletricidade no mundo aumente 76% entre 2007 e 2030 – impulsionando pelo crescimento da população e por uma sociedade cada vez mais digital, conectada e ávida por eletrônicos. A principal fonte utilizada continuará a ser o carvão queimado em termoelétricas, cuja participação na matriz energética mundial subirá de 42% para 44% no período. Até lá, as fontes renováveis vão passar de 18% para apenas 22% do total. 30 bilhões de euro é o custo total de construção e operação do reator.
Evolução da espécie
Se não houver atrasos, o reator começará a funcionar dentro de oito anos. A expectativa é que o aparelho consiga gerar dez vezes mais eletricidade do que consumirá durante a operação. Os resultados vão permitir que seja construído o Demo – primeira planta comercial de fusão, que fornecerá energia a partir de 2040. 200 km seria a distância entre núcleos de dois átomos de hidrogênio se o próton medisse 1cm.
Calor infernal
Para favorecer as colisões, é necessário aquecer o plasma a 150 milhões de graus Celsius – dez vezes a temperatura no núcleo do Sol. Sistemas de injeção de partículas e ondas de rádio esquentam o reator.
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