domingo, 21 de novembro de 2010

Máquinas para recriar o Sol na Terra

Cientistas estão desenvolvendo reatores capazes de reproduzir a fusão nuclear que acontece nas estrelas. A ideia é usar essa tecnologia, que não polui, como fonte de eletricidade. Para que isso dê certo, será preciso construir um protótipo capaz de produzir mais energia do que consome.

Grande Aparelho Helicoidal (LHD): nesse reator japonês, o formato espiral facilita a fusão 


Parece ficção científica. 
Num futuro não muito distante, reatores capazes de recriar o Sol vão fornecer eletricidade para o seu notebook, sua TV e as lâmpadas da sua casa. Essas máquinas serão capazes de unir átomos de hidrogênio e transformá-los em hélio, como fazem as estrelas. Por esse processo – a fusão nuclear -, libera-se uma enorme quantidade de calor, que servirá para produzir eletricidade. E há uma vantagem importante em comparação com outras fontes de energia: não poluir o meio ambiente nem deixar resíduos radioativos que duram centenas de anos. As pesquisas nesse campo têm avançado rapidamente, atraindo investimentos de países como Estados Unidos, Índia, Japão e Brasil.

Desenvolver esses complicados aparelhos pode ajudar a suportar a alta demanda por energia no futuro, sem ampliar as emissões de carbono e, consequentemente, o aquecimento global. Um relatório divulgado no asso passado pela Agência Internacional de Energia (IEA) estima que o consumo de eletricidade no mundo aumente 76% entre 2007 e 2030 – impulsionando pelo crescimento da população e por uma sociedade cada vez mais digital, conectada e ávida por eletrônicos. A principal fonte utilizada continuará a ser o carvão queimado em termoelétricas, cuja participação na matriz energética mundial subirá de 42% para 44% no período. Até lá, as fontes renováveis vão passar de 18% para apenas 22% do total. 30 bilhões de euro é o custo total de construção e operação do reator.

Evolução da espécie
Se não houver atrasos, o reator começará a funcionar dentro de oito anos. A expectativa é que o aparelho consiga gerar dez vezes mais eletricidade do que consumirá durante a operação. Os resultados vão permitir que seja construído o Demo – primeira planta comercial de fusão, que fornecerá energia a partir de 2040. 200 km seria a distância entre núcleos de dois átomos de hidrogênio se o próton medisse 1cm.

Calor infernal
Para favorecer as colisões, é necessário aquecer o plasma a 150 milhões de graus Celsius – dez vezes a temperatura no núcleo do Sol. Sistemas de injeção de partículas e ondas de rádio esquentam o reator.






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